terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Qual adoçante devo usar?

Se tomo café da manhã fora de casa e esqueço de levar adoçante... eu prefiro tomar amargo do que utilizar os adoçantes que eles oferecem. Por questão de preço tem sempre adoçante com sacarina e ciclamato em cima dos balcões, mas quem suporta tomar aquele negócio que dá até arrepios e faz a gente fica lembrando daquele gosto o dia todo?

Quando visito alguém e neste encontro é servido refrigerante, por saberem que não posso me alimentar de açúcar, gentilmente oferecem refrigerante diet (ou light). Mas eu não tomo, fico só na água. Os adoçantes encontrados nos refrigerantes sem açúcar, com raras exceções, são terríveis!




As pessoas acham que todos os adoçantes são iguais e como a maioria se alimenta deles por "estética" e não por necessidade, qualquer um (mais barato) serve.

Já usei vários tipos e atualmente uso sucralose (não possui gosto residual e não contém contra indicação). Até o suco ou o cafezinho ficam iguais como se fossem adoçados com açúcar. Quando fazemos brigadeiro sem açúcar, utilizamos leite condensado com sucralose e cacau em pó. Segundo meu marido e meu filho (que não tem problemas com a ingestão de açúcar), fica melhor que os adoçados com açúcar. A única contra indicação fica por conta do preço, estes são os mais caros.


Adoçantes 


Tipos, vantagens, desvantagens e os possíveis riscos dos adoçantes para saúde.

Adoçantes são produtos constituídos a partir de uma substância chamada edulcorante, que tem capacidade de adoçamento maior do que o açúcar tradicional ou sacarose. Por esta razão é possível utilizar quantidade mínimas do adoçante.

Antes usados por pessoas com necessidades específicas, como os diabéticos, há muito passaram a ser usados também por quem quer perder ou controlar o peso. Porém, várias pesquisas já colocaram em dúvida a eficácia de diversos tipos de adoçantes tanto no processo de emagrecimento quanto na saúde em geral de quem os utiliza.

Os adoçantes dividem-se em grupos de baixa ou nenhuma caloria (ou não-nutritivos) e geralmente artificiais, e de calóricos (ou nutritivos) e naturais.

Tipos de adoçantes(mais utilizados) de baixa ou nenhuma caloria

Acessulfame-K

Foi descoberto em 1967 e é um sal de potássio sintético produzido a partir de um ácido da família do ácido acético. Seu sabor residual se assemelha ao da glicose. É considerado totalmente seguro, e resiste ao tempo e a altas temperaturas. Por isso é usado, entre outras coisas, em receitas de alimentos que precisam ir ao fogo, como pães e bolos. Tem o poder adoçante entre 180 e 200 vezes maior do que o açúcar e é permitido para diabéticos, mas contra indicado para pessoas com deficiências renais que precisam reduzir a ingestão de potássio. Não contribui para a formação de cáries. Apesar de absorvido, não é metabolizado pelo organismo, logo é eliminado tal como é ingerido.


Aspartame

É uma exceção à regra. Apesar de calórico (4 kcal por grama), na dosagem recomendada tem valor energético desprezível por causa do seu poder adoçante (que é 200 vezes maior do que o do açúcar comum). Logo, pode ser usado por diabéticos. Foi descoberto em 1965 e é uma combinação de fenilalanina e ácido aspártico. O sabor é bem semelhante ao do açúcar, e não deixa residual amargo. Mas é contra indicado o uso por gestantes, lactentes e fenilcetonúricos (pessoas cujo organismo não consegue metabolizar a fenilalanina). Também não deve ser utilizado em alimentos quentes, pois perde o poder de adoçar e pode formar substâncias tóxicas.


Ciclamato

É 30 vezes mais doce do que a sacarose e possui sabor semelhante, apesar de deixar leve residual amargo. Foi descoberto em 1940, a partir de um derivado do petróleo, o ácido ciclo hexano sulfâmico. Já esteve relacionado ao câncer, mas hoje em dia é liberado em mais de 50 países. Geralmente é combinado com outros adoçantes de baixa caloria para reduzir o valor calórico de alimentos e bebidas populares, para assim diminuir a quantidade necessária de adoçante e acentuar o sabor doce. É contra indicado para hipertensos e pessoas com problemas renais.


Sacarina

Possui muitas semelhanças com o ciclamato: é um adoçante popular, também composto por um derivado do petróleo (ácido sulfanoilbenzóico), não é recomendado para hipertensos e é estável a altas temperaturas. Por deixar um residual além de amargo, também metálico, geralmente é combinado a ele. Seu poder adoçante é entre 200 e 700 vezes maior do que o açúcar, e é utilizado em muitos produtos. Houve um tempo em que vinha com um rótulo informando seus riscos cancerígenos, mas hoje em dia já é permitido por mais de 100 países.


Sucralose

É altamente resistente a altas temperaturas. É constituído a partir de uma molécula modificada da sacarose, por isso possui estrutura semelhante à dela, e pode ser até 600 vezes mais doce. É seguro, não apresentando efeitos tóxicos, neurológicos, reprodutivos ou carcinogênicos. Como não é absorvido pelo organismo, não afeta os níveis de glicose. Logo, pode ser consumido com segurança por pessoas com diabetes. É um edulcorante um pouco mais caro do que os outros.

Tipos de adoçantes(mais utilizados) calóricos

Frutose

É encontrado principalmente nas frutas, mas pode ser extraído também em alguns cereais, vegetais e no mel. Contra indicado para quem apresenta excesso de triglicerídeos. Adoça cerca de 170 vezes mais do que o açúcar comum e possui sabor semelhante, mas um pouco mais doce. Não deve ir ao fogo porque, apesar de não perder o poder adoçante, derrete. Causa cáries.


Lactose

É extraído do leite, por isso é contra indicado para quem possui alergia ao leite ou seus derivados. É utilizado para reduzir a potencialização de outros adoçantes. Pode apresentar efeito laxativo e perde o poder de adoçar quando vai ao fogo. É 0,15 vezes mais doce do que a sacarose, e possui sabor semelhante.


Maltodextrina

É um carboidrato de absorção gradativa, constituído a partir do amido de milho, e é contra indicado para diabéticos por conter dextrose, glicose e vários açúcares. Perde o poder adoçante em temperatura alta. Se misturado com outros edulcorantes, encorpa a receita. É cerca de 1,5 vezes mais doce do que a sacarose.


Manitol

É encontrado em algas e vegetais e possui efeito laxativo se consumido em excesso. É obtido a partir da redução da frutose. Não favorece o aparecimento de cáries. É estável a altas temperaturas e utilizado somente industrialmente, na produção de alimentos (geralmente associado ao sorbitol). Pode ser consumido por diabéticos.


Sorbitol

É obtido a partir da redução da glicose. Doses diárias acima de 70 gramas possuem efeito diurético e laxativo. Pode ser consumido por diabéticos e não favorece a formação de cáries. É misturado com outros edulcorantes para acentuar o brilho e a viscosidade de certas receitas. Possui o sabor um pouco mais adocicado do que a sacarose, apesar de seu poder adoçante ser 0,5 vezes mais fraco.


Steviosídeo

Foi descoberto a mais de um século, considerado seguro e atóxico. É extraído de uma planta (Stévia Reubadiana) e adoça 300 vezes mais do que o açúcar. É muitas vezes associado a outros edulcorantes para retirar o sabor residual que eles deixam. É estável a altas temperaturas e o único adoçante de origem vegetal produzido em escala industrial. Não possui contra indicações e seu sabor é um pouco amargo. Não causa cáries e realça o sabor dos alimentos.


Xilitol

É um álcool de açúcar obtido através da hidrogenação de xilose (um tipo de açúcar). Seu poder adoçante é menor do que o do açúcar. Não favorece a formação de cáries.

Dose máxima diária

Qualquer coisa em excesso pode tornar-se prejudicial. Com o uso de adoçantes a regra não poderia ser diferente.

Abaixo estão as doses diárias máximas para o consumo seguro dessas substâncias*:

Adoçantemg/kg
Acesulfame-K9 a 15
Aspartame 40
Ciclamato11
Steviosídio5,5
FrutoseNão existe limite
Sacarina 5
Sucralose 15
Manitol 50 a 150






Os que não constam na lista não têm o limite estabelecido.

É importante ressaltar que gestantes, lactentes, crianças e pessoas com restrições alimentares precisam de orientação médica para o consumo seguro de adoçantes.



O melhor adoçante na opinião da Renatinha e na minha!




Veja esta matéria da Sociedade Brasileira de Diabetes:

Rafael Matto
Nutricionista do Centro de Pós-graduação e Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte.

A sucralose foi desenvolvida em 1976 por pesquisadores da Tate & Lyle Specialty Sweeteners (Inglaterra), empresa líder mundial em edulcorantes e a maior refinaria independente de açúcar do mundo. Existem vários relatos de que o sabor doce da sucralose foi descoberto quando um estudante não entendeu corretamente uma solicitação para testar o composto.

Propriedades

Sua doçura pode variar de 400 a 800 vezes em relação à sacarose e duas vezes a da sacarina. Os valores de doçura relativa para sucralose, assim como para os outros edulcorantes, dependente muito do sistema (pH, temperatura, concentração) e pode variar quando em diferentes produtos alimentícios ou bebidas.
Efeito sinérgico foi observado entre sucralose e ciclamato e acesulfame-K, mas esta sinergia não ocorre, ou é muito discreta entre sucralose e sacarina e aspartame. Seu perfil tempo-intensidade é de elevada qualidade muito semelhante ao da sacarose e aspartame. A doçura é de percepção rápida, persistindo por um período ligeiramente maior do que a sacarose. Não possui residual amargo ou metálico. Mostra alta solubilidade em água, além de alta estabilidade térmica, em meio aquoso e ácido, assim como ao armazenamento. Entre os edulcorantes intensos, a sucralose é o mais estável. Não é cariogênica e reduz a produção de ácido a partir da sacarose, tendo assim, ação cariostática. Um ponto positivo para sua comercialização é o fato de ser obtido do açúcar comum.

Aplicações

É um edulcorante muito versátil, podendo ser ultilizado em bebidas carbonatadas, bebidas em pó e as prontas para beber, xaropes de chocolate, geléias e frutas em conserva, pudim instantâneo, gomas de mascar, molhos para saladas, iogurte natural e de fruta, leite aromatizado, produtos assados, sobremesas congeladas, balas e, claro, como adoçante de mesa.

Metabolismo e Segurança

Trata-se de um edulcorante não calórico, pois suas ligações carbono-cloro são estáveis e não são hidrolisadas durante a digestão ou metabolismo sendo rápida e totalmente excretada sem alteração pelas fezes. Não apresenta efeito sobre a utilização da glicose sobre as enzimas envolvidas na regulação do metabolismo de carboidratos.

Durante quinze anos foram realizados mais de 140 estudos para demonstrar a segurança da sucralose. Os estudos foram realizados em animais e humanos, em quantidades bem superiores aos níveis esperados para o consumo humano. As conclusões dos estudos foram que a sucralose não tem efeitos teratogênicos ou mutagênicos, não apresentando, portanto, toxicidade na reprodução e ao feto. Administração a crianças não causa riscos à saúde nem interfere no crescimento normal. Sendo assim, em 1990, o JECFA (comitê especializado em aditivos alimentares do FDA) estabeleceu uma IDA de 15 mg/Kg de peso corpóreo.

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